sábado, 19 de novembro de 2011

Antes expectadoras, mulheres invadem X-Treme Motorsports



“O preconceito existe, mas anda ao lado da boa sensação de estar quebrando uma barreira”. A frase não foi dita por algum customizador ou visitante do X-Treme Motorsports, maior evento de tuning do país que vai até domingo (20) no Pavilhão de Exposições Imigrantes, em São Paulo. O desabafo vem de Jomara Ferreira, mentora de um site que reúne mulheres adeptas da prática e que vê no evento uma oportunidade de ampliar o espaço feminino num universo, até agora, predominantemente masculino. Com pouco mais de cinco meses, o espaço virtual já reúne 15 participantes. Há cinco anos modificando seu Chevrolet Astra, Jomara conta que ninguém acredita que o carro seja realmente dela. “Acham que é do meu namorado, mas depois descobrem que é meu mesmo”, explica.
Jomara Ferreira divide com amigas gosto por carros tunados (Foto: Rodrigo Mora)
A forte presença feminina é um exemplo de como o mercado de customização tem mudado. Alexandre Benavides, da Hot Company Brasil, conta que a demanda cresceu fortemente nos últimos cinco anos, graças, em grande parte, aos programas norte-americanos como Rides e Overhaulin. “O Chip Foose foi um divisor de águas, ao valorizar e trazer sofisticação ao segmento”, explica o customizador. Segundo Benavides, os valores gastos e o público também mudaram: “já realizei projetos, sempre baseados em carros antigos, de R$ 400.000, e meus clientes têm em média 45 anos”.
Mustang customizado pela HCB vale R$ 300.000 (Foto: Rodrigo Mora)
Envelopamento: sai preto fosco, entra colorido
Cada vez mais visto nas ruas, o envelopamento em preto fosco já é coisa do passado. Segundo o organizador da feira, Eduardo Bernasconi, a tendência agora é envelopar o carro com cores diversas. “O envelopamento já não é mais modismo, mas sim uma tendência que terá vida longa. O cliente deixa o carro na loja pela manhã, e pega o carro no final do dia, com uma cor diferente. Quando enjoar, trocar de cor”. Outra vantagem apontada são os preços mais baixos, que caíram de R$ 3.000 para R$ 800, em média. Isso porque os produtos não são mais importados, e sim nacionais, graças à instalação de fornecedores no país. “Outra prática que vai se tornar cada vez mais comum é o cliente comprar o material e instalar na sua própria casa”, conta Bernasconi.
Envelopamento colorido é uma das tendências da customização (Foto: Rodrigo Mora)
O organizador explica que o X-Treme Motorsports cresceu cerca de 20% em faturamento e área de ocupação, mas que apesar da evolução ainda está longe do mercado norte-americano, mais maduro e antigo. “Enquanto lá fora são movimentados por ano US$ 30 bilhões, aqui giramos R$ 8 bilhões”, revela. O montante é considerado bom, mas o mercado ainda enfrenta o desafio de se organizar. “Precisamos de uma taxa de importação menor, para facilitar a entrada de produtos importados e ainda inéditos no país, e uma legislação mais clara. Muitos clientes ficam com receio de mexer no carro e transgredir alguma lei. O problema é que nem as autoridades sabem direito o que pode e o que não pode”, lamenta Bernasconi.
Boa parte desse sucesso vem do SEMA, maior evento de tuning do mundo, que ocorre em Las Vegas. Foi lá, inclusive, que pela primeira o Sigma foi exibido. Desenvolvido pelos irmãos Ricardo e Luiz Rodrigues, o carro é uma adaptação dos antigos Hot Rods aos tempos modernos. Com suspensão independente, motor V8 de 250 a 500 cavalos, o veículos é uma opção para diversão nos finais de semana. Custa cerca de R$ 200.000 e já teve cinco encomendas em 2011. Para 2012, a idéia é entregar 12 unidades. “O sucesso no SEMA foi tamanho que devemos aumentar nossa produção para atender o mercado norte-americano”, explica o projetista Ricardo Rodrigues. Produto genuinamente nacional, o Sigma é 80% feito no país.
Uma das atrações do X-Treme Motorsports, Sigma já foi exibido no SEMA (Foto: Rodrigo Mora)
Quem for ao evento também poderá interagir com as atrações. Numa arena externa, pilotos de drift levam os participantes de carona numa gaiola instalada fora do carro. Ou, se preferir, pode sentar ao lado de pilotos em carros convencionais, que simulam uma corrida. E até aqui as mulheres estão presentes. Lilian Antão escolheu a gaiola do drift para se divertir, e ainda desdenhou: “achei legal, mas não fiquei com medo. O nível de emoção foi médio”, brinca a estudante. Já a publicitária Danielli Marques saiu do carro mais abalada: “dá muito medo, mas é muito emocionante. Parece até que vai capotar, mas eu iria de novo”. Realmente, o mundo tuning não é mais exclusivo dos homens.
A estudante Lilian se aventurou na gaiola do drift: "achei legal, mas não fiquei com medo" (Foto: Rodrigo Mora)Fonte:G1




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